Galpão Gamboa
Rua Gamboa . 279
Um espaço vazio. Nele, só atores e suas memórias. Suas confissões. A infância é o ponto de partida. O início. Era uma vez. Aqui, contos de fadas ganham outros contextos. Eles são revelados em suas versões não açucaradas. E também servem como pano de fundo para que histórias reais emerjam. Recordações, canções, memórias reais ou desejadas. O palco está tão nu quanto os atores. Despido de distrações. A infância se revela. Não há espaço para brincadeiras. Neste lugar todos são levados a ir ao limite, expor feridas, visitar traumas. Aqui, a interpretação ganha linhas fortes, rabiscos violentos. Mas muitas evocações são também delicadas, amorosas, suaves, engraçadas. As lágrimas e os risos se alternam, ajudando a redesenhar o passado. Tudo foi construído a partir do mais íntimo dos atores. E a memória individual acaba por constituir uma memória coletiva. As alegorias permitem ressignificar a verdade. O real e o ficcional se misturam. Não dá pra saber o que é lembrado, o que é imaginado. Não interessa saber. Os atores compartilham suas vidas. Sua infância da qual se acostumaram a esquecer. Mas ela não nos abandona. Fica lá, em algum canto, ou nos visita em sonhos e recordações diárias. Ela determina quem você é e como vive. Ela precisa ser virada do avesso, nos atravessar como uma manada. Para que possamos seguir em frente.
Processo colaborativo de criação cênica, a partir de lembranças de infância dos alunos formandos da turma BT15 da Faculdade CAL
Turma BT15
Marcelo Morato
Renato Machado
Maurício Fuziyama
Adriano Ferreira
Joel Tavares
Turma BT15
Rita Ariani